A exposição “Natureza Efêmera” de Rossana Mendes conceitualmente discute sobre o ciclo da vida: nascimento, crescimento e morte como parte inerente da Natureza e do homem. Tudo está em um constante devir. O caráter impermanente das vivências humanas são igualmente experienciadas pela natureza, onde a única constância é a mutabilidade. A vida é um fluxo constante, impulsionada por forças contrárias, sendo a contradição o princípio de todas as coisas, é por meio dela que o mundo se transforma.
Objeto principal e metafórico da exposição, o Cerrado é o bioma onde percebemos ao longo dos meses, de forma bastante visual, essa constante transformação em processos de morte e vida, nos períodos secos como a queda das folhas e no período chuvoso com a renovação as folhas. Elemento constante nas obras aqui expostas, as folhas, fazem um paralelo com a vida de cada um de
“Este projeto foi patrocinado com recursos do Fundo Municipal de Apoio à Cultura''
nós, que em meio a esse grande fluxo onde nada permanece igual em uma contínua mutação, seja por processos biológicos ou psicológicos.
A exposição pretende, ainda, suscitar questões acerca da efemeridade e da fragilidade do bioma Cerrado, que comparado com os demais biomas brasileiros é o mais desprezado e o menos protegido. Pensar na manutenção do Cerrado é importante não só para a preservação das plantas e animais endêmicos deste território, mas para a sobrevivência econômica, alimentar e energética do país que dependem dos ciclos das águas proporcionados por esse bioma. É ainda, pensar na garantia de nossa sobrevivência e das gerações futuras.
Vone Petson - Curador